sábado, 7 de março de 2009

Pesadelo

Aconteceu o maior dos meus pesadelos.
Sim, vou dar entrada numa instituição privada de saúde. Infelizmente, ou não, não será num âmbito particularmente terapêutico, mas sim numa visão mais profissional da coisa.
Aconteceu o que andava sempre a ambicionar, trabalhar rodeado de peitos fartos enfiados dentro de fardas brancas. Médicas, enfermeiras e palpações rectais até dizer chega.
Infelizmente, sou um pato com princípios. Um pato parvo, essencialmente. Um pato que não come a carne no local onde ganha o pão.
Um pato que vai manter os ovos dentro das calças durante todo este novo desafio (em todos os sentidos), porque é um pato atormentado psicologicamente.
Os momentos de contida satisfação não deverão ser meus, mas sim do meu gestor de conta, aquando das tais transfusões motivacionais agendadas para o final de cada mês.
A resposta à pergunta do Pato Afonso... o Pato Marques, tornar-se um pato mais feliz? Um pato curado e não-atormentado?
É uma pergunta à qual não existe resposta, porque os Patos, esses, nunca são infelizes. Os patos sorriem, mesmo despedaçados (ou depenados). Quando voamos, bem lá no alto, e olhamos o mundo bem pequeno ao fundo das nossas barbatanas, entendemos que o mundo não é para ser visto grafica ou morfologicamente. O mundo é para ser visto através de um caleidoscópio. Colorido, brilhante, mas, acima de tudo, através dos olhos pequeninos de um pato.
(adorei o trocadilho da realidade a termo certo... lol)

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